O que é o Projecto Querença?
“O Projecto Querença é uma iniciativa ou missão de resgate territorial (territorial rescue), de territórios em estado crítico, gravemente atingidos por processos de desertificação e abandono dos seus capitais, natural, produtivo e social, e cada vez mais próximos de limiares perigosos de irreversibilidade de desenvolvimento.”
O Projecto Querença está orientado para as áreas rurais de baixa densidade, aldeias, grupos de aldeias ou mesmo de municípios, de geometria variável e de acordo com uma análise de pertinência dos recursos existentes, potenciais e disponíveis. Este tem um propósito fundamental, qual seja, o de alargar o campo de possibilidades desses territórios em estado crítico e, ao mesmo tempo, promover o emprego de jovens licenciados em situação profissional precária, usando, para o efeito, uma abordagem territorial inovadora, criatividade dinâmica que visa fixar no interior aquela população universitária recém-licenciada.
O Projecto Querença tem um lema geral: da teoria à Acão, aprender a empreender; trata-se de uma Acão-piloto de problem-solving, investigação-ação e
dinâmica de grupo. O projeto foi delineado em finais de 2010 com o objetivo de dinamizar o interior da região algarvia, numa diferente abordagem de intervenção, e apoiar a empregabilidade de jovens licenciados, através da busca de soluções sustentáveis de dinamização dos recursos endógenos e a criação de oportunidades de emprego.Em 2011 deu-se início à sua implementação, centrada em dois promotores principais: a Fundação Viegas Guerreiro de Querença, que se constitui como a promotora direta do projeto, e a Universidade do Algarve. Contou, desde início, com o apoio da Câmara Municipal de Loulé, do Instituto de Emprego e Formação Profissional e da Junta de Freguesia de Querença. Juntaram-se, mais tarde, o apoio da Caixa Geral de Depósitos, Portugal Telecom, Fundação Calouste Gulbenkian e da Honda, SA.
A Equipa de Missão, formada por 9 jovens licenciados da Universidade do Algarve, foi constituída em Junho e em Setembro iniciaram a sua experiência de 9 meses na freguesia de Querença, aldeia para onde se mudaram e instalaram. A esta jovem equipa foi atribuído o desafio de conhecer os recursos locais (naturais, rurais, culturais, sociais), estudá-los, testá-los e trabalhá-los numa perspetiva de valorização e rentabilização sustentável. Agricultura biológica, ecoturismo, jardinagem sustentável, utilização de novas tecnologias, criatividade, são apenas algumas das metodologias e técnicas em uso para gerar ideias que, no final, possam derivar em projetos viáveis economicamente. Se assim for, está consagrado o primeiro passo para a uma possível recuperação deste território rural e para uma lenta reocupação humana do mesmo. São esses os motivos âncora desta iniciativa.